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Gestores profissionais nem sempre vencem o índice — compare

Gestores profissionais nem sempre vencem o índice — compare

05/08/2025 - 17:23
Lincoln Marques
Gestores profissionais nem sempre vencem o índice — compare

No universo dos investimentos e da administração pública, a promessa de superação dos benchmarks é frequente. Ainda assim, o fenômeno da performance inferior é observado com regularidade, seja em fundos financeiros ou em órgãos governamentais.

Este artigo explora o contexto brasileiro de 2025, compara resultados de gestores profissionais com índices de referência e apresenta desafios, tendências e ferramentas que ajudam a entender por que nem sempre esses profissionais vencem o índice.

1. Entendendo gestores profissionais e benchmarks

Gestores profissionais são especialistas responsáveis pela alocação de recursos em fundos de investimento e carteiras administradas. Eles seguem mandatos rigorosos, prazos e políticas internas.

Os benchmarks — como Ibovespa, S&P 500 ou CDI — servem como ponto de comparação objetivo. Um índice reflete o desempenho agregado de ativos e funciona como uma referência para avaliar a eficácia das decisões de um gestor.

2. Panorama global e brasileiro de desempenho

Em mercados maduros, estudos apontam que entre 70% e 90% dos fundos de renda variável perdem para o índice de referência em horizontes de três a cinco anos. No Brasil, o cenário não é diferente.

A despeito do otimismo de 72% das organizações em relação às oportunidades de negócios em 2025, há barreiras que afetam o desempenho:

  • Desafios de produtividade e retenção: 60% das empresas citam produtividade e 56% retenção de talentos como pontos críticos.
  • Escassez de profissionais em áreas-chave: 81% relatam dificuldade em contratar em TI e Dados, Atendimento ao Cliente e Marketing.
  • Custos e comissões elevados em fundos ativos, reduzindo retorno líquido.

3. Por que é tão difícil superar o índice?

Vários fatores contribuem para esse fenômeno:

  • Estrutura de custos e taxas: fundos ativos cobram taxas de administração e performance que corroem parte dos ganhos.
  • Eficiência dos índices: índices se beneficiam da média de todo o mercado, o que torna desafiante por decisões pontuais de compra e venda.
  • Mandatos internos que limitam ações mais ousadas, priorizando proteção de capital.
  • Competição acirrada: quanto mais gestores experientes no mercado, maior a entropia e menor a chance de ganhos extraordinários.

4. Indicadores e números essenciais

No contexto brasileiro para 2025, além do otimismo empresarial, nota-se que:

  • 81% das empresas enfrentam escassez de talentos em áreas estratégicas.
  • Setores como agronegócio e energia mantêm otimismo, mas lidam com desafios de produtividade.

Esses percentuais refletem médias apontadas por consultorias. Eles evidenciam como é desafiador manter consistência superior ao índice em longo prazo.

5. Exemplo público: Índice CFA de Governança Municipal

Na esfera pública, o Índice CFA de Governança Municipal (IGM-CFA) permite comparar a qualidade de governança dos municípios em relação à média nacional.

Assim como em fundos de investimento, muitos municípios apresentam performance abaixo do benchmark, enfrentando restrições orçamentárias, falta de pessoal capacitado e processos lentos.

6. Tendências de gestão que podem mudar o jogo

Para 2025, algumas tendências podem ajudar gestores a melhorar seus resultados:

  • Transformação digital integrada: uso de analytics, inteligência artificial e automação para decisões mais rápidas e precisas.
  • Retorno ao modelo híbrido, fortalecendo a comunicação interna e o engajamento das equipes.
  • Investimento em capacitação contínua, especialmente em tecnologia e gestão de dados.

Essas iniciativas podem reduzir custos, otimizar processos e, consequentemente, elevar as chances de superar o benchmark.

7. Ferramentas e boas práticas de comparação

Investidores e gestores públicos podem adotar mecanismos de controle e análise:

  • Plataformas de monitoramento em tempo real, permitindo ajustes ágeis na carteira.
  • Relatórios detalhados de desempenho, trazendo métricas como alfa, beta e drawdown.
  • Benchmarks customizados, alinhados aos objetivos e restrições da estratégia.

Essas ferramentas oferecem transparência, justificam custos e direcionam esforços para áreas que necessitam de melhoria.

8. Considerações finais e próximos passos

A dificuldade dos gestores profissionais em romper consistentemente a barreira do índice é resultado de fatores estruturais, como custos, eficiência do benchmark e escassez de talentos.

No entanto, o cenário brasileiro em 2025 aponta para um momento fértil de inovação. O uso estratégico de tecnologia, aliado a melhores práticas de governança e desenvolvimento de pessoas, pode transformar esse panorama.

Para investidores e gestores, a lição é clara: além de selecionar bons profissionais, é imprescindível acompanhar de perto o desempenho em relação ao índice de referência e adotar ferramentas que promovam maior agilidade e transparência.

Somente assim será possível reduzir a lacuna entre gestão ativa e benchmark, alcançando resultados mais sólidos e consistentes no longo prazo.

Lincoln Marques

Sobre o Autor: Lincoln Marques

Lincoln Marques