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Alternar entre pós-fixado e prefixado pode melhorar seu retorno

Alternar entre pós-fixado e prefixado pode melhorar seu retorno

14/06/2025 - 05:21
Maryella Faratro
Alternar entre pós-fixado e prefixado pode melhorar seu retorno

Investir no mercado financeiro é uma jornada de decisões constantes, onde cada escolha pode impactar diretamente o seu patrimônio. Entender quando migrar entre opções prefixadas e pós-fixadas é essencial para quem busca não apenas preservar o capital, mas também maximizar ganhos e ajustar a carteira às oscilações econômicas.

Diferenças fundamentais entre os tipos de taxa

Os investimentos prefixados oferecem rentabilidade previsível desde o início, garantindo que o investidor saiba exatamente o valor final do aporte. Já os pós-fixados acompanha índices de mercado, como o CDI ou a Selic, e só revelam o rendimento efetivo no vencimento.

Essa distinção impacta diretamente a sua estratégia: escolher o melhor momento para cada modalidade pode potencializar ganhos e reduzir riscos.

Quando optar por cada modalidade

A escolha entre prefixado e pós-fixado deve levar em conta o cenário econômico, o perfil de risco e o objetivo financeiro de curto ou longo prazo. Veja abaixo recomendações para cada caso:

  • Para quem busca segurança moderada e liquidez, o pós-fixado é indicado quando há tendência de alta dos juros.
  • Se você tem uma meta precisa de retorno, como comprar um imóvel ou financiar uma viagem, o prefixado oferece taxa fixa garantida antecipadamente.
  • Em momentos de juros em queda ou inflação controlada, a previsibilidade do prefixado protege contra perdas.

Cenários macroeconômicos e estratégia de alternância

O ambiente econômico sofre constantes mudanças: ciclos de alta e queda de juros, variações na inflação e alterações nas políticas monetárias. Alavancar essas oscilações significa migrar estrategicamente entre taxas fixas e variáveis.

Em um período de proteção contra perdas inesperadas, quando indicadores de inflação elevam-se rapidamente, o pós-fixado garante rendimentos atrelados às taxas oficiais. E quando a política monetária sinaliza cortes de juros, o prefixado prende uma taxa mais atraente antes da desaceleração dos ganhos.

Números atuais e exemplos práticos

Atualmente, o CDI gira em torno de 6,4% ao ano, aproximando-se da Selic, que está em 6,5% a.a. Em períodos de aperto monetário, a Selic atingiu 13,75% a.a., elevando substancialmente os rendimentos pós-fixados.

Considere um CDB pós-fixado a 120% do CDI. Com o CDI a 6,4% a.a., o rendimento chega a cerca de 7,68% ao ano. Um aporte de R$ 1.000 resultaria em R$ 1.076,80 após 12 meses.

Já um CDB prefixado a 10% a.a. transforma R$ 1.000 em R$ 1.100 no mesmo período. Se o CDI subir para 7% a.a., o mesmo título pós-fixado renderia 8,4% (R$ 1.084).

Benefícios, riscos e proteções

Cada modalidade carrega oportunidades e armadilhas. Entre os principais pontos a observar, destacam-se:

  • Potencial de retorno ajustado ao cenário: alternar aproveita ciclos econômicos.
  • Risco de crédito do emissor, mitigado pelo FGC, que cobre até R$ 250 mil por CPF e instituição.
  • Liquidez: resgates antecipados podem gerar perdas maiores em prefixados.

Além disso, a inflação alta pode corroer a rentabilidade prefixada, enquanto a queda inesperada dos juros reduz o ganho real dos pós-fixados.

Estratégia de alternância na prática

Elaborar um plano de migração entre prefixado e pós-fixado exige monitoramento contínuo das decisões do Banco Central, das projeções de mercado e dos indicadores de inflação. Uma abordagem inteligente envolve:

  1. Avaliar trimestralmente a curva de juros e definir gatilhos para troca de posição.
  2. Dividir o capital em faixas, destinando parte a títulos prefixados e outra a pós-fixados, ajustando percentuais conforme o cenário.
  3. Manter reserva de emergência líquida em pós-fixados para aproveitar oportunidades e proteger contra imprevistos.

Conclusão e dicas finais

Alternar entre pós-fixado e prefixado não é apenas uma técnica avançada, mas uma forma de colocar o investidor no controle da própria trajetória financeira. Ao compreender os ciclos de juros e inflação, você transforma a volatilidade em aliada.

Fique atento às mudanças do mercado, utilize potencial de retorno ajustado ao cenário e proteja seu patrimônio com diversificação inteligente. Assim, será possível colher os benefícios de cada modalidade e construir uma carteira sólida, preparada para qualquer maré.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro