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Evite o erro de investir só no que está na moda

Evite o erro de investir só no que está na moda

25/05/2025 - 10:00
Maryella Faratro
Evite o erro de investir só no que está na moda

Muitos investidores, tanto iniciantes quanto experientes, caem na armadilha de alocar recursos apenas em ativos que estão em evidência. Ainda que seja natural sentir atração pelo que tem destaque na mídia, essa busca incessante pela próxima oportunidade pode comprometer resultados de longo prazo e gerar frustrações. Neste artigo, vamos explorar por que confiar somente nas tendências pode ser prejudicial e como construir uma carteira sólida alinhada ao seu perfil.

O que significa “investir no que está na moda”?

Investir no que está na moda significa direcionar verbas para produtos financeiros que recebem grande visibilidade e são promovidos por influenciadores, grupos de discussão ou pela mídia. Exemplos recentes incluem:

  • Ações de empresas de tecnologia com forte apelo nas redes;
  • Criptomoedas e tokens emergentes;
  • Fundos ESG (ambiental, social e governança);
  • Fundos imobiliários segmentados; e
  • Startups de setores em alta.

Apesar do fascínio e da promessa de altos ganhos imediatos, essa estratégia tende a expor o investidor a riscos inesperados, principalmente em momentos de reversão ou ajuste de mercado.

Por que modismos em investimentos surgem?

As tendências de investimento florescem por diversos motivos, que se reforçam mutuamente:

  • Divulgação de rentabilidades passadas impressionantes, criando expectativa irreais;
  • Influência de influenciadores digitais e marketing financeiro agressivo;
  • Sensação de “perda de oportunidade” ou FOMO (fear of missing out);
  • Ciclos econômicos, como juros baixos, estimulando busca por renda variável.

Esses fatores podem encorajar decisões apressadas, baseadas em emoção mais do que em análise fundamentada. Ao ignorar a própria tolerância ao risco, o investidor corre o risco de se arrepender no momento em que a bolha estoura.

Principais tendências em 2025

Em 2025, algumas modalidades continuam em alta, mas é essencial avaliar a relevância de cada uma para os seus objetivos:

  • ESG: investimentos sustentáveis mantêm apelo junto a investidores conscientes;
  • Renda variável: mesmo com juros elevados, ações reaparecem nas carteiras;
  • Criptomoedas: permanecem voláteis, mas atraem quem busca diversificação;
  • Previdência privada: cresce com a preocupação de longo prazo;
  • Setores resilientes: tecnologia, energia, saúde e agronegócio.

Embora essas categorias tenham potencial, apostar apenas nelas pode resultar em desalinhamento com seu perfil e metas financeiras.

Riscos de investir apenas em modismos

Concentrar-se apenas em ativos populares traz consequências que afetam a saúde financeira:

Volatilidade de ativos especulativos pode levar a perdas significativas; • Performance passada nem sempre indica resultados futuros; • Falta de diversificação amplia exposição a riscos não sistemáticos; • Desalinhamento com o perfil do investidor pode causar estresse e abandono do plano.

Quando o ciclo da moda se inverte, quem entrou no pico da onda tende a enfrentar grandes prejuízos.

O cenário macroeconômico e a importância da estratégia

O contexto brasileiro para 2025 prevê Selic em torno de 15% ao ano, dólar a R$6, inflação desacelerando para 3,9% e PIB projetado em 2,4%. Esses indicadores ajudam a definir a atratividade de cada classe de ativos.

Analistas sugerem observar:

  • Setores resistentes a crises;
  • Ativos de renda fixa em momentos de juros altos;
  • Combinações equilibradas em fundos híbridos.

Desenvolver gestão de riscos eficaz e manter disciplina de aporte permitem tirar proveito das oportunidades sem expor excessivamente o patrimônio.

Reflexão histórica e dados relevantes

Ao revisar o desempenho de ativos nos últimos 15 anos, encontramos números reveladores:

Esses dados mostram que opções aparentemente “fora de moda” podem entregar resultados superiores no longo prazo, reforçando o valor de uma abordagem disciplinada e consistente.

Dicas práticas para evitar o erro

Para construir uma carteira sólida e duradoura, siga essas orientações:

  • Defina objetivos claros e horizonte de investimento;
  • Conheça sua tolerância ao risco e revise periodicamente;
  • Mantendo diversificação adequada ao perfil, inclua renda fixa, renda variável, imobiliário e ativos no exterior;
  • Baseie-se em estudos e relatórios de fontes confiáveis;
  • Considere apoio profissional para avaliar novas oportunidades.

Lembre-se: cada investidor tem um perfil único. Copiar tendências sem análise personalizada raramente traz bons resultados.

Conclusão

Tendências e modismos sempre existirão, impulsionados por ciclos econômicos e influências de mercado. Contudo, construir uma carteira diversificada, alinhada ao seu perfil e sustentada por planejamento de longo prazo é a chave para alcançar segurança e rentabilidade real.

Disciplina, estudo e paciência são muito mais valiosos do que a busca incessante pelo ativo do momento. Mantenha o foco nos seus objetivos, ajuste sua estratégia conforme o cenário e evite decisões baseadas apenas em FOMO. Assim, você poderá colher os frutos de uma trajetória de investimentos bem-sucedida e sustentável.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro