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LCIs e LCAs são boas para quem busca isenção de IR

LCIs e LCAs são boas para quem busca isenção de IR

06/05/2025 - 14:23
Maryella Faratro
LCIs e LCAs são boas para quem busca isenção de IR

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do Agronegócio (LCA) têm ganhado destaque entre investidores que desejam otimizar ganhos sem pagar Imposto de Renda. Mas como elas funcionam e quais as perspectivas após as mudanças anunciadas?

Entendendo as LCIs e LCAs

As LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras que, respectivamente, destinam recursos ao setor imobiliário e ao agronegócio.

Ambas as modalidades oferecem três formatos de rentabilidade:

  • Pré-fixado: taxa estabelecida no momento da contratação, permitindo retorno conhecido antecipadamente.
  • Pós-fixado: rendimento atrelado a indicadores como Selic, IPCA ou CDI, garantindo proteção contra a inflação.
  • Híbrido: combinação de taxa fixa e índice econômico, equilibrando previsibilidade e correção monetária.

Por serem lastreadas em créditos imobiliários ou do agronegócio, essas letras oferecem segurança e, até 31/12/2025, são isentas de Imposto de Renda para pessoa física, o que aumenta sua atratividade em comparação a outros investimentos.

O histórico da isenção de IR e a proposta de mudança

Desde sua criação, LCIs e LCAs mantêm a característica de isenção para pessoas físicas. Essa condição vigorou sem grandes alterações até o final de 2025. No entanto, em 2025, o Ministério da Fazenda propôs uma Medida Provisória que altera essa lógica.

A proposta inclui:

  • Tributação de 5% sobre rendimentos de novas emissões a partir de janeiro de 2026.
  • Manutenção da isenção para aplicações realizadas até 31/12/2025, mesmo que o resgate ocorra depois.
  • A extensão da alíquota de 5% a CRIs, CRAs, debêntures incentivadas e fundos imobiliários e do agronegócio.

Esse ajuste faz parte de um pacote fiscal que visa compensar a redução da alíquota do IOF e reduzir distorções na gestão da dívida pública.

Comparação com outros investimentos de renda fixa

Para avaliar a competitividade das LCIs e LCAs após a mudança, é essencial compará-las com outras opções de renda fixa atualmente disponíveis.

* Alíquota mínima vigente para prazos acima de 720 dias. Há discussões sobre unificação em 17,5% para todos os títulos.

Impactos estimados para o investidor

A adoção da tributação de 5% em novas emissões trará algumas consequências importantes:

  • Aumento de arrecadação estimado em R$ 18 bilhões para o governo.
  • Redução da diferença entre LCIs/LCAs e outros títulos, mas ainda vantagem relativa significativa.
  • Preservação do estoque já emitido: investidores que adquirirem até 2025 mantêm o benefício de isenção.

Analistas projetam que, mesmo com a nova cobrança, LCIs e LCAs continuarão atraentes por oferecerem rendimentos competitivos e segurança proporcionada pelos lastros imobiliários ou do agronegócio.

Estratégias para quem busca isenção de IR

Para investidores que desejam aproveitar ao máximo a isenção de IR antes da mudança, algumas estratégias podem ser adotadas:

  • Antecipar novas aplicações até dezembro de 2025 para garantir isenção total.
  • Portfólios diversificados com diferentes vencimentos, evitando concentrações e maximizando liquidez.
  • Combinar LCIs/LCAs pré e pós-fixadas para equilibrar previsibilidade e proteção contra inflação.

Adotar essas táticas ajuda a proteger ganhos, reduzir custos tributários e manter flexibilidade previdenciária, especialmente em cenários de alta de juros.

Perspectivas e considerações finais

Embora a isenção total para LCIs e LCAs até 2025 seja uma oportunidade única, o cenário a partir de 2026 permanece positivo. Com alíquota de 5%, esses títulos seguem mais atrativos que alternativas tributadas acima de 15%.

Investidores bem informados podem planejar aplicações agora e, ao mesmo tempo, estruturar carteiras que incluam novas emissões, aproveitando as vantagens fiscais remanescentes e a solidez dos setores imobiliário e do agronegócio.

Em um ambiente de constantes mudanças fiscais, manter-se atualizado e diversificar fontes de renda fixa é essencial para maximizar retornos líquidos e proteger o patrimônio.

Em suma, LCIs e LCAs continuam sendo opções recomendáveis para quem busca eficiência tributária e segurança, tanto no curto prazo quanto no horizonte 2026+.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro