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Tesouro Selic continua sendo opção segura para curto prazo

Tesouro Selic continua sendo opção segura para curto prazo

14/04/2025 - 03:49
Yago Dias
Tesouro Selic continua sendo opção segura para curto prazo

Em meio à crescente volatilidade econômica e à elevação contínua da taxa básica de juros, o Tesouro Selic emerge como alternativa sólida para investidores que buscam segurança e liquidez. Desde o início de 2025, quando a Selic partiu de 12,25% para alcançar 15% ao ano em junho, o título público pós-fixado tem sido o preferido para reserva de emergência e aplicações de curto prazo. A combinação entre rentabilidade diária, risco de crédito quase nulo e facilidade de resgate faz desta opção um verdadeiro porto seguro em cenários de incerteza. A seguir, detalhamos seus mecanismos, comparativos, custos e dicas práticas para aproveitar ao máximo esse investimento.

O que é o Tesouro Selic e como funciona

O Tesouro Selic, formalmente denominado LFT (Letra Financeira do Tesouro), é um título público pós-fixado cuja remuneração acompanha a variação da taxa Selic mais um pequeno spread, geralmente em torno de 0,1% ao ano. A cada dia útil, o investidor recebe o rendimento calculado com base na taxa vigente, resultando em rentabilidade acompanha a Selic diária creditada automaticamente em sua conta.

Para investir, basta acessar o site do Tesouro Direto ou plataformas de corretoras, definir o valor e a data de vencimento desejada. A liquidação em até um dia útil após o pedido de venda possibilita resgate em D+1 útil, tornando o Tesouro Selic extremamente ágil para quem precisa de rapidez e previsibilidade no fluxo de caixa.

Cenário atual: juros altos e oportunidades

No contexto de 2025, o Banco Central elevou a Selic sucessivas vezes para controlar a inflação acima da meta e dar maior solidez às contas públicas. Segundo o Boletim Focus, o mercado projeta manutenção da taxa em patamar elevado até o fim do ano, com possíveis cortes apenas em 2026, caso o IPCA recue de forma consistente.

Essa trajetória de alta gerou demanda expressiva pelos títulos atrelados ao juro básico, especialmente o Tesouro Selic. O governo, por sua vez, ampliou significativamente a oferta de LFTs para facilitar a gestão eficaz da dívida pública e atender ao apetite dos investidores por produtos de alto grau de segurança federal.

Comparativo de rentabilidade

Análises demonstram que, com um aporte inicial de R$ 10.000 e Selic em 15% ao ano, o investidor alcançaria os seguintes valores:

Em comparação, o mesmo valor aplicado na poupança renderia apenas cerca de R$ 13.500 em cinco anos, enquanto um CDB atrelado a 100% do CDI se aproximaria dos resultados das LFTs, mas sem a mesma liquidez diária. Já investimentos isentos de IR, como LCI e LCA, podem apresentar leitura competitiva até 2026, quando a isenção deverá ser revisada.

Para reforçar a superioridade, considere também um aporte de R$ 5.000: em cinco anos, o Tesouro Selic pós-IR renderia cerca de R$ 9.406, contra R$ 7.065 da poupança, evidenciando rentabilidade acima da inflação e crescimento consistente do patrimônio.

Vantagens em relação a outras aplicações

Com risco de crédito praticamente zerado, o Tesouro Selic é considerado o investimento de menor risco no Brasil. Além disso, a marcação a mercado quase inexistente reduz drasticamente a possibilidade de perdas em caso de venda antecipada, ponto crítico em cenários de alta volatilidade.

  • investimento de menor risco, pois é garantido pelo Tesouro Nacional;
  • baixo risco de volatilidade no valor de mercado, assegurando estabilidade;
  • alta liquidez diária, ideal para necessidades imediatas de caixa;
  • transparência na rentabilidade, sem surpresas em períodos de oscilação.

Custos, tributação e detalhes operacionais

A taxa de custódia da B3 é de 0,2% ao ano, cobrada sobre o valor total investido. Embora exista o Imposto de Renda regressivo – que varia de 22,5% a 15% conforme o prazo –, o impacto é diluído pela rentabilidade robusta proporcionada pelas altas da Selic.

Outros custos operacionais são mínimos, restritos a eventuais tarifas de transferência bancária ou corretagem, mas não afetam diretamente o rendimento do título. Por não sofrer marcação a mercado significativa, os investidores não precisam se preocupar com flutuações drásticas em caso de venda antes do vencimento.

Quando investir e usos práticos

O Tesouro Selic é a escolha natural para quem busca:

  • constituição ou reforço de reserva de emergência;
  • planejamento de curto prazo, como viagens ou compras;
  • “estacionar” recursos enquanto avalia outras oportunidades;
  • proteção contra eventuais oscilações de ativos mais arriscados.

Mesmo para investidores com perfil moderado, alocar uma parcela do portfólio em LFTs garante segurança sem abrir mão de retornos competitivos, especialmente em momentos de juros elevados.

Projeções, expectativas e dicas finais

A expectativa do mercado é de que a Selic permaneça em patamares elevados durante grande parte de 2025, podendo começar a cair apenas em 2026, caso a inflação seja controlada e o cenário fiscal se normalize. Isso mantém o Tesouro Selic como protagonista da renda fixa de curto prazo.

Para maximizar ganhos e evitar armadilhas, considere:

  • acompanhar as taxas divulgadas diariamente pelo Tesouro Direto;
  • reinvestir rendimentos para potencializar os juros compostos;
  • monitorar as mudanças na legislação de IR e isenção de títulos;
  • diversificar outros produtos de renda fixa para médio e longo prazos.

Com essas práticas, o investidor estará apto a aproveitar todo o potencial do Tesouro Selic, garantindo segurança do Tesouro Nacional e resultados consistentes, mesmo em períodos de alta instabilidade econômica.

Yago Dias

Sobre o Autor: Yago Dias

Yago Dias